domingo, 25 de fevereiro de 2018

Ela chegou em casa e já estava sem forças. Tomou um remédio pra dormir, só metade, o suficiente pra pegar no sono sem pensar demais. Pensar era um dos seus maiores incômodos nos últimos tempos. Como tinha gente que conseguia viver sem pensar, ela não conseguia entender. Deitou e assistiu alguma coisa besta até os olhos quase não conseguirem ficar abertos. Então fechou o computador e dormiu em alguns segundos. A outra coisa boa daquele remedinhos era o sono sem sonhos. Dormiu tranquila e profundamente.

Acordou sem querer acordar. A parte ruim do remédio é que parecia que o tempo não passava quando estava sob efeito dele. Dormiu 12h e sentia-se tão mal quanto quando fora dormir. Os pensamentos não a deixavam em paz. Pegou o celular para se martirizar mais um pouco. Pq era isso que ela fazia olhando de novo e de novo os perfis e redes sociais dele. Querendo descobrir cada passo dele quando estava longe dela. Não entendia pq fazia isso, não queria fazer isso, mas fazia. Se sentia tão patética que nem pra sua terapeuta ela contava sobre isso.

Há dois meses estava nesse processo e isso estava acabando com ela em alguns momentos. Quando lembrava. Então fazia de tudo para ocupar a mente e esquecer do que vinha acontecendo. Mas domingo de manhã sozinha em casa não havia distrações. E então ela pensava e pensava. E viu durante as suas pesquisas, por assim dizer, que ele já estava seguindo em frente. Ou era o que parecia. Naquele momento o mundo pareceu desabar sobre a sua cabeça. Ela não entendia o que estava acontecendo. Ele não dera a oportunidade deles conversarem, apenas dispensou ela com uma desculpa esfarrapada. Ou pelo menos foi o que ela achou da desculpa. Não pôde conversar, perguntar, argumentar. Ele havia parado de responder, de falar com ela. Não havia nada que ela pudesse fazer.

Em um instante o seu mundo de faz de conta, onde ainda via alguma saída, algum final feliz, estava no chão e ela não sabia lidar com aqueles sentimentos. Queria fazer alguma coisa em relação a tantas coisas que passavam pela sua cabeça. Começou a pensar até que ponto aquela obsessão era real ou apenas um sentimento inventado para evitar não sentir nada. Sentiu-se então ainda mais patética. E desolada. E vazia. De repente, deitada na cama sem querer se mexer, ele veio. O choro. De dentro, profundo, com grossas lágrimas salgadas que molharam o travesseiro em pouco tempo. Soluços e falta de ar. Era o desespero saindo. Era a dor, real ou inventada, deixando suas entranhas e ensopando a roupa de cama. Passaram-se alguns minutos, ela não sabia se poucos ou muitos. Uma eternidade emocional, pareceu. Até que as lágrimas secaram. Ela respirou profundamente, leve.

Secou o rosto, levantou calmamente. Ligou a vitrola e colocou um dos seus discos preferidos. Fez um café e sentou no sofá para ouvir musica. Não pensava mais nele. Pensava no que faria mais tarde, conversava com as amigas pelo telefone. Leu alguma coisa. Trocou o disco. Voltou a viver.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Você não sabe quantas vezes eu já pensei em misturar todos os remédios que tem aqui em casa e dormir pra não acordar. Ou como eu fiquei fazendo cálculos da velocidade que eu deveria entrar no Rebouças pra não fazer a curva e tudo acabar por ali. Pensando bem, friamente, essa era a maneira fácil. E naqueles momentos a idéia realmente parecia boa. Mas eu tenho um problema: eu nunca escolhi muito a saída fácil.

Desde sempre eu resolvi rebater, argumentar. Ficar calada é fácil. Aceitar é fácil. E eu realmente tenho o problema de não escolher o que é fácil. Defeito genético? Pode ser. Falha de caráter? Talvez. Maluquice? Certamente. Eu tenho essa mania incrível de insistir no que parece não ser a melhor escolha. De querer o que ninguém mais quer. De provocar grandes confusões por pequenas coisas (pra mim não são pequenas, mas para os outros costumam ser).

Meu entendimento é troncho. Minha visão de mundo, deturpada. Eu vejo as coisas de um ponto de vista único, torto e complexo. Talvez com alguns defeitos. Vai ver que eu nasci meu cegueta pra coisas do mundo. Inconformada sempre. Mas feliz em poder escolher. Feliz em fazer as merdas que me vierem na cabeça só pq eu posso. Pq, sim, eu posso. Eu aceito as consequências e isso é o que me permite fazer o que quiser.

Tomei decisões tolas, decisões burras, algumas patéticas e outras incompreensíveis. Elas me trouxeram onde estou hoje. Elas me fizeram o que sou agora. E eu me olho no espelho e me amo cada dia mais. Eu me admiro por defender cada uma das minhas más decisões, mais até do que as boas. Pq precisa ter culhão pra admitir que fez merda e aceitar as consequências. E eu não nasci com culhões físicos, mas os psicológicos arrastam no chão.

Eu queria te entender, juro, mas eu não consigo. Nasci incapaz de aceitar a desistência sem nem uma tentativa. A desistência porca do medo. A desistência covarde que se esconde atras de uma ética falha que só serve para o propósito de respaldar a desistência infantil. Então, deixa suas bolas crescerem pq, talvez um dia, elas cheguem no tamanho das minhas e te permitam vencer o medo de viver sem ter medo das consequências.


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

I may be a thief. But not a mad girl who invents things. Think about it. You invented first. You were the one who first call me to get in to your world. You were the one who invented all of this. You can call me thief for stole your dreams. I´m not crazy. I wouldn´t make up things without your help. Now you want to blame me for your own trouble mind.

I may be a witch. That I will accept. I tried to bewitch you and I think I succeded. You were caught in my trap and there is no way out. Accept it. Don´t try to get out. You won´t. You better do nothing now. You are already mine, you just don´t realize it yet. Get comfortable, or not, but you are going nowhere.